Figo desidratado: uma alternativa de mercado
A antiga arte de desidratar alimentos vem ganhando cada vez mais destaque em pesquisas e caindo de vez no gosto dos consumidores. Os países de clima tropical, dentre eles, o Brasil, destacam-se pela grande produção de frutas de diversas variedades. Em contrapartida, as frutas nem sempre chegam com qualidade à mesa dos consumidores, pois, são matrizes naturalmente perecíveis. Além disso, as técnicas incorretas de colheita e de pós-colheita são os principais responsáveis pelo aumento da perda, gerando um desperdício significativo de toda produção frutífera. O desperdício de alimentos gerado pelo atual modelo de desenvolvimento agrícola brasileiro é um desafio a ser resolvido devido ao fato de que aproximadamente 30% dos alimentos produzidos vão para o lixo, e se imaginarmos que para um produtor ou um empregado esse índice poderia melhorar sua qualidade de vida, vale a pena investir para reduzir essas perdas. Desta forma, a desidratação dos alimentos aparece como uma alternativa de conservação dos produtos, bem como uma alternativa de agregação de valor aos alimentos, ofertando outro tipo de produto ao mercado.
Dentre os mais variados produtos desidratados encontrados no comércio o figo aparece com um grande potencial de mercado, apesar de toda a demanda deste produto ser importada dos países mediterrâneos. No entanto o Brasil apresenta um enorme potencial no setor, visto que sua produção vem ganhando destaque com o Figo de Valinhos, sendo a região Sudeste uma potência nacional com ênfase em algumas cidades como São Sebastião do Paraíso (MG), Valinhos (SP) entre outras. Diante do cenário de produção em alta escala do figo no país, tornou-se fundamental as pesquisas para o desenvolvimento do produto nacional. O figo desidratado pode apresentar valores nutricionais valiosos como baixo teor de gordura e alto teor de minerais, fibras significativa quantidade de cálcio, magnésio, fósforo, potássio, e vitamina B1 além de apresentar um potencial antioxidante e anti-inflamatório.
Reportagem Portal UAI – Minas faz Ciência:
Autor: Ronaldo Elias de Mello Júnior – Doutorando em Ciência dos Alimentos (DCA/UFLA)